"Troika preocupou-se com finanças. A saúde pública foi esquecida"

É autor, a par de dois colegas médicos, do livro Cidadania para a Saúde e foi deputado pelo PSD. Ricardo Baptista Leite fala da saúde em Portugal e de como pode ser melhorada.
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No livro Cidadania para Saúde fala do papel do cidadão na saúde. Como o conseguimos?

O que demonstramos no livro é que o cidadão pode ter um papel efetivo na melhoria dos seus indicadores de saúde. É preciso que sintam que fazem parte de uma comunidade e isso só se consegue por via educacional. Seja pela educação para a saúde, que tem de ser sistematizada e transversal a todos os anos de escolaridade, mas também pelos profissionais de saúde. É dos laços com o médico e o enfermeiro de família que os doentes podem ter formação para gerirem melhor a sua saúde e auto cuidados.

A aposta é ter nas escolas, numa disciplina que já exista, formação sobre doenças e prevenção?

Esta é a minha opinião pessoal. Considero que a aposta na formação para a cidadania deve incorporar também a educação para a saúde como uma parte. Será necessário uma disciplina própria com profissionais próprios, com formação adequada para cada idade. Desde a pré-primária até à idade universitária. Olhando para evidência que existe neste livro, faz muito sentido até na vida profissional. A medicina do trabalho pode ter um papel importante na promoção da saúde.

Porque não está vertido no programa da coligação?

Consta no programa da coligação um reforço do voluntariado e da formação para a cidadania. Não consta a forma especifica como se vai traduzir. No último capitulo do livro damos exemplos de projetos, que na maioria têm custos marginais, mas com impactos efetivos em ganhos de saúde. A maior parte dos exemplos vem do Canadá, onde cresci e tive formação para a cidadania. Muitas vezes diminuindo a carga horária de outras áreas nucleares. Mas se olharmos a longo prazo, para os ganhos que traz para a sociedade, deve ser uma aposta.

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